AGZ IPPAR/UE

Minuta de ofício enviado em Junho de 2006, pelo IPPAR, à UNIVERSIDADE DE ÈVORA:





ASSUNTO: Anta Grande do Zambujeiro e Cromeleque dos Almendres -Proposta de acordo de colaboração



Na sequência da reunião havida entre V.Exa e o arqueólogo António Carlos Silva, Assessor Principal do quadro esta Direcção Regional actualmente responsável pela “gestão” da Gruta do Escoural, sítio afecto ao IPPAR, vimos trazer para apreciação algumas linhas de orientação a que poderia obedecer uma maior colaboração entre a Universidade e este Serviço com vista à salvaguarda e valorização dos monumentos megalíticos classificados acima referidos, ambos localizados nas proximidades de instalações geridas pela Universidade de Évora.

Circunstâncias que aconselham e justificam a colaboração proposta:

- o IPPAR através da D.R. é a entidade responsável pela salvaguarda dos sítios e imóveis classificados, nomeadamente os arqueológicos; nas proximidades dos imóveis citados o IPPAR gere directamente um monumento arqueológico que lhe está afecto (a Gruta do Escoural) e que tem associado um “Centro Interpretativo” na vila do Escoural;

- ainda que isolados, quer a Anta Grande do Zambujeiro (A.G.Z.) quer o Cromeleque dos Almendres (C.A.), são normalmente procurados na mesma “rota” turística da Gruta do Escoural, pelo que faz sentido articular questões da salvaguarda e valorização numa perspectiva de conjunto (sem esquecer outros recursos patrimoniais de elevado valor existentes nesta mesma rota);

- ainda que a AGZ esteja localizada em terrenos privados, o acesso turístico à mesma faz-se através da Herdade da Mitra, integrada em polo da própria Universidade, pelo que faz todo o sentido que esta instituição esteja associadas de alguma forma à respectiva “gestão”;

- acresce e reforça o ponto anterior, o facto da Universidade, contar na sua estrutura e no Departamento de História, de uma “área de arqueologia”, integrando Docentes com especial curriculum científico no domínio do Megalitismo Alentejano (como é o caso do próprio coordenador, o Doutor Jorge Oliveira), para já não falar de outras áreas técnicas ou científicas que poderão ter uma palavra a dizer em particular nos domínios da salvaguarda (geologia, arquitectura paisagística, engenharia civil, etc...);

Outras entidades que, além do IPPAR e da EU interessará envolver

- consideramos, e julgamos que a EU partilhará essa ideia connosco, que é essencial manter a colaboração (já antiga) com a Câmara Municipal de Évora na salvaguarda destes monumentos; no entanto achamos que deverá reforçar-se a ligação à população local (Valverde e Guadalupe) e isso só será possível com um maior envolvimento das Juntas de Freguesia, apesar dos limitados recursos destas entidades;

- Laboratório Nacional de Engenharia Civil_ ainda que numa base contratual, o IPPAR solicitou a esta entidade de referência um primeiro diagnóstico sobre questões de ordem estrutural relacionadas com a conservação de ambos os monumentos; dependendo da disponibilidade de meios, julgamos que será essencial manter essa colaboração como apoio técnico à decisão;

- Museu de Évora_ enquanto entidade depositária do “valioso” espólio da Anta Grande do Zambujeiro que interessa estudar e divulgar;

- IPA, enquanto entidade de tutela da actividade arqueológica, embora não esteja prevista a curto ou médio prazo qualquer intervenção de natureza especificamente arqueológica, pelo menos de carácter “intrusivo”;

- os actuais proprietários, que por razões óbvias deverão ser mantidos ao corrente das acções a executar e autorizar as mesmas quando estas possam colidir com os seus legítimos interesses;
Principais objectivos da colaboração proposta

- embora a importância e amplitude dos problemas dos monumentos em causa impliquem necessariamente a médio prazo a elaboração de ponderados planos de intervenção, numa primeira fase pretende este Serviço, e como forma de resolver alguns problemas imediatos e de chamar a atenção e envolver todas as entidades interessadas, associar a AGZ e o CA, a um programa de “animação cultural”, a candidatar ao POC, e que entre outros sítios arqueológicos afectos, incluirá a GRUTA DO ESCOURAL. Pretende-se melhorar as condições de visita àqueles monumentos megalíticos, (tendo especialmente em conta questões de segurança dos visitantes e de conservação das estruturas) de modo a que, as escolas e outros participantes nas acções a promover no ESCOURAL possam ser encaminhados de forma mais apoiada e organizada, para aqueles monumentos megalíticos, complementando assim um “roteiro pré-histórico” de inegável interesse cultural e didáctico.

Neste contexto e independentemente dos futuros desenvolvimentos, pretendíamos desde já contar com a colaboração científica da Universidade, nomeadamente do Doutor Jorge de Oliveira enquanto especialista no megalitismo, ao nível do apoio à decisão, reafirmando no entanto uma condicionante de base que sabemos ser partilhada, de que não devem (pelo menos a curto e médio prazo) realizarem-se quaisquer acções intrusivas (mesmo arqueológicas) naqueles monumentos.


Com os nossos melhores cumprimentos

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